Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]



queijadas.jpg

"Com açúcar, com afeto, fiz seu doce predileto".

É assim que Chico Buarque começa um poema que conhecemos numa canção eterna. E se "ele" parou (ou não) em casa, é indiferente para esta história. Hoje o tema são queijadas de leite, o doce predileto de alguns e entre o meu top ten de pequenos doces de conforto.

A receita que partilho acompanha-me há anos, muitos anos. Faço-a desde criança e hoje o sabor intenso a leite e limão é saboreado com entusiasmo pelas minhas filhas, que não recusam um momento passado entre receitas, massas e... queijadas.

A preparação é muito simples e bastam alguns minutos de forno para uma experiência de sabor que torna os dias melhores, desafia a um sorriso e garante a invariável frase: Hummm, tão bom! 

Estou em dívida para com a minha amiga MAG, que adora queijadas e aguarda o final do confinamento para, de uma vez por todas, receber uma bela dose deste pequeno prazer. Está prometido! Os aventais estão preparados, assim como as forminhas de papel que lhes dão o toque final.

Aqui vai:

400 gr de açúcar
2 ovos
100 gr de farinha
Meio litro de leite 
50 gr de manteiga
raspa de limão

Mistura-se o açúcar com os ovos, junta-se a farinha, a raspa de limão, a manteiga e o leite, que deve juntar-se aos outros ingredientes depois de aquecido até ferver.

Quando tudo estiver bem ligado, distribui-se a massa por pequenas formas e vai ao forno.

E já está! Simples e rápido, não?

Autoria e outros dados (tags, etc)

PAO 2.jpg

Abstrações são encantadoras, mas sou a favor de que se deva também respirar o ar e comer o pão. Hermann Hesse

Nem tudo é mau em tempos de pandemia e confinamento.

Entre cuidar da família, da casa (e da sanidade mental!), educar as crianças, apoiar o ensino à distância e assegurar o ritmo da vida profissional, o tempo passado em casa (tanto, tanto tempo) também tem trazido muitos ganhos.

Conheço todos os cantos e recantos cá de casa, desfruto as minhas filhas como nunca, vejo-as crescer 24 horas por dia, 7 dias por semana, educando, conversando, brincando e seguindo, com enorme orgulho, a sua capacidade de adaptação e resiliência.

Faz falta a escola. Faz falta correr, saltar e rir ao ar livre. Fazem falta os amigos, as conversas, os passeios pela cidade. Fazem falta os restaurantes, o comércio de rua, a vida partilhada com os outros. Faltará pouco para que tudo regresse.

Em tempo de confinamento surgem também as experiências na cozinha. Desta vez o pão. Da pandemia passámos à pãodemia e os resultados não têm sido nada maus.

Desta vez a partilha é de uma receita de pão (da Filipa Gomes) que não tem nada, mesmo nada, que saber e que as crianças adoram ajudar a preparar.

Três chávenas de farinha: duas de trigo e uma de centeio

Um pouco de fermento de padeiro seco

Sal (duas colheres de chá)

Uma chávena e meia de água

Mistura-se tudo, deixa-se descansar entre 8 a 12 horas, tapado com película aderente. Terminado o tempo de espera da massa, colocamos uma folha de papel vegetal sobre a bancada, polvilhamos com bastante farinha e transferimos a massa da taça para a bancada, damos-lhe três ou quatro voltas, colocando a "costura" para baixo.

Liga-se o forno com a panela de ferro lá dentro, a 250º. Já quente, retira-se a panela, insere-se a massa e coze 30 minutos, tapado.

30 minutos depois, retira-se a tampa e vai novamente ao forno (10 minutos), para tostar.

O resultado é este...

PAO 2.jpgPAO 3.jpgPAO 1.jpgPAO 4.jpg

Lindo, saboroso e pronto para o pequeno-almoço! Se a manteiga vai ganhar à geleia, à compota, ao queijo ou ao fiambre... é convosco.

Agora, toca a pôr as mãos na massa!

Autoria e outros dados (tags, etc)

Cogumelos_recheados.jpg

Every picture tells a story

Não, não é da música de Rod Stewart que venho falar-vos. Antes de uma sugestão para cozinhar cogumelos que experimentei ontem e me convenceu.

Gosto de comprar alimentos. Gosto particularmente de mercados (especialmente o de Setúbal) e, na maioria das vezes, até me divirto numa ida ao supermercado (vá lá perceber-se isto). Como gosto de cozinhar e comer, uma boa forma de diversificar sabores é dedicar tempo e alguma atenção aos alimentos que seleciono cá para casa. Estes grandes cogumelhos Portobello confirmam o que escrevo. 

Cá em casa todas gostamos destes fungos - tesouros nascidos da terra. Habituei as crianças a saborearem cogumelos em sopas, arroz, salada, massa... se a ligação parece fazer sentido, junto uma mão de cogumelos e ganhamos em textura, cor e sabor.

Enfim, chega de conversas. Estou em dieta, felizmente com resultados já visíveis :-), e ontem peguei nestes grandes cogumelos e decidi recheá-los com legumes. Coisa simples que, bem temperada, ficou deliciosa!

A opção encaixa no plano de dieta - o valor calórico dos cogumelos é baixo (cerca de 14 Kcal por 100g cogumelos frescos) e cerca de 90% é água -, e a receita não tem nada que saber. Piquei tomate, bróculos, espargos, hortelã e coentros. Juntei folhas de espinafre e uma colher de queijo Philadelphia light. Envolvi, temperei com azeite, sal e pimenta preta, pelei os cogumelos e recheei-os. Por fim, cerca de 30 minutos no forno, onde acabaram por cozinhar na cama de azeite e no próprio liquido que libertam.

Acompanhados por uma salada de alface iceberg e coentros, garanto-vos que salvou o jantar... e a noite.

Experimentem. Tem tanto de simples como de bom.

Autoria e outros dados (tags, etc)

Say cheese...

11.09.20

tarte 2.jpg

When you focus on the good, the good gets better

Adoro Cheesecake
Sou capaz de conter um sorriso mas incapaz de resistir a uma boa sobremesa. E se os meus olhos se cruzarem com um cheesecake, não escapa.
Tive a sorte de a vida me presentear com duas maravilhosas receitas, uma das quais do célebre american cheesecake, e tenho entre a família e amigos alguns fãs que, de tão especializados, determinam as suas coberturas de eleição, entre frutos silvestres, morangos, pêssego, manga...
A base de bolacha e o recheio assente em cream cheese, ovos e açúcar, é muito apreciado pelos americanos - curiosamente, tive as minhas melhores experiências em Nova Iorque e Viena de Áustria, onde provei duas execuções maravilhosas, tão saborosas que ainda recordo.
Apesar de serem variadas as soluções que associam queijo em forma de bolo a fruta, como a festiva pastiera di grano (do sul de Itália) ou a paskha (do leste europeu), as que mais aprecio são as que seguem a receita americana, exigem forno e têm por base o queijo Philadelphia.
Gostos à parte, o importante é a experiência de fazer deslizar a colher numa delícia como a da fotografia (tirada no restaurante The Prime, que conheci há algumas semanas) e que, confesso, me deixa maravilhada e pronta a um sorriso rasgado, daqueles que damos quando a vida nos sorri.

Há boas receitas por aí? Vamos partilhar?

Autoria e outros dados (tags, etc)

cafe.jpg

And so the adventure begins

As minhas manhãs não "arrancam" verdadeiramente sem um ou dois bons cafés.
Com crianças em casa os dias começam cedo, começam ativos, enérgicos, cheios de conversas e de indicações quanto a banhos, dentes a lavar, roupas a vestir, camas a fazer...
Confesso que não sou de ferro e preciso de um bom pequeno almoço e, habitualmente, de um ou dois cafés Nespresso para ser capaz de dizer um convicto Bom dia!

Nestas férias de verão, a minha mãe - que é uma mulher de energia inesgotável e enorme sentido prático - resolveu dar tempo às manhãs e aquecer-me o coração com sabores do passado, aqueles sabores de conforto que uma boa chávena de café é capaz de garantir.
Chávena grande, sabor quente e o gosto de um café preparado pela mãe fizeram as minhas delícias.
Regressada a casa, não perdi tempo e visitei a Casa Carioca, no Chiado, em Lisboa, uma das poucas lojas que ainda conheço com café acabado de moer, onde comprei uma bela quantidade de café e garanti a experiência mais próxima do carinho da mãe na minha própria casa.

cafe 2.jpg

Hoje, ainda cedo, enquanto as crianças dormiam, recuperei o prazer de uma chávena de café de mistura e saborei-a entre duas ou três páginas de "A Mancha Humana", de Philip Roth. Quem tem crianças pequenas sabe que a leitura é um prazer difícil de alcançar, mas entre o adormecer e o acordar a história vai-se desvendando. Bom dia e boa sorte!

Autoria e outros dados (tags, etc)

bolo maçã.jpg

A vida é uma aventura maravilhosa!

Um domingo que deveria ser de passeio com amigos e visita a uma exposição foi substituído por um programa caseiro. A história é simples. A MT acordou febril e em tempos de pandemia todos os cuidados são poucos. Decidi ficar por casa e entreter as crianças com a preparação de um lanche que acabaria por se tornar num dos pontos altos do dia.
As panquecas estavam garantidas (segui a receita da Bimby), as compotas estavam selecionadas, as framboesas e os mirtilos, antioxidantes de eleição, estavam em tacinhas (tarefas simples para as crianças) e prontas a completar o recheio mas... faltava um complemento, faltava o cheiro a bolo acabado de fazer que perfuma a casa e nos faz viver com mais intensidade o final de um fim de semana.
Entre chocolate ou maçã, a escolha recaiu nesta última e na receita preferida de uma das minha filhas. Bolo de maçã é com ela!!

Habituei-me a encomendar frutas e legumes à Confraria da Horta e as maçãs do último cabaz eram muito, mas mesmo muito saborosas. Por isso, não restaram dúvidas. Nada poderia ser mais simples.

Confraria.jpg

De mangas arragaçadas e avental colocado, em 5 minutos estava tudo preparado. A massa, recheada e coberta de maçãs (as crianças saboreiam o bolo, mas também uma forte dose de fruta), estava pronta a entrar no forno, deixando tempo para preparar uma mesa bonita.
Com as crianças entretidas a vestir e a despir vestidos de princesas, a calçar e a descançar os pequenos sapatinhos de brincar, o nosso lanche foi ganhando forma e nós fomos ganhando apetite.
Confesso que o sol brilhava para lá da janela e desafiava a um passeio, mas a decisão de um domingo caseiro foi acertada e muito, mas mesmo muito, reconfortante. Brincámos, rimos, fomos visitadas por duas amigas, acompanhadas pela Lua, uma amiga de quadro patas, barrámos panquecas e, no final, saboreámos o nosso bolo de maçã.
Em final de dia, a última porção acompanhou a leitura de Pinocchio, de Enzo d'Alò (edição da Rizzoli), um livro belíssimo, oferecido pelo tio Manuel, que nos recordou a história do menino de nariz traiçoeiro e encerrou o fim de semana com a certeza que a vida é uma aventura maravilhosa e quando estamos juntas nenhum dia se torna sensaborão.

1.jpg2.jpg3.jpg

Quanto à receita do bolo... fica para outro dia. O que vos parece?

Autoria e outros dados (tags, etc)

flores 2.jpg

"Sempre há flores para aqueles que querem vê-las", Henri Matisse

Sou daquelas pessoas que consideram que a estética, o pormenor, o tempo e cuidado que dedicamos a cada projeto, fazem toda a diferença. Por isso, a probabilidade de encontrarmos algum interesse/inspiração nas coisas mais simples... como uma chou chou fleur, pode ser grande.

Na verdade, a vida depende muito do modo como a encaramos, do caminho que também escolhemos e do modo como decidimos percorrê-lo e observá-lo.

flores1.jpgflores 3.jpg

No caso da chou chou fleur (couve-flor), a estética resulta da sua própria identidade - hortaliça do tipo inflorescência - que, por isso, se assemelha a um conjunto de flores, garantindo-nos uma outra visão do que para alguns são, tão simplesmente, couves!

 

 

 

 

 

Autoria e outros dados (tags, etc)

tarde 2.jpg

 

A vida é feita de ciclos, mudanças, decisões e projetos... muitos projetos.

Bem sei que tenho estado (relativamente) ausente deste projeto mas a verdade é que estive em processo de reinvenção, de descoberta de novos sabores, de apuramento de receitas e de redefinição de objetivos.
Regressada de férias, com energias renovadas e novos parceiros, é momento de partilhar que este Chouchou Fleur vai ganhar nova vida.
As propostas serão muito convidativas e estarão prontas a chegar a cada um de vós em data muito próxima.

Para quem, como eu, gosta de receber em casa e deliciar família e amigos com sabores diferentes e sempre bonitos, é momento de seguir esta página de modo próximo e atento.
Vamos pôr as mãos na massa, dar nova vida às tarteiras, formas e forminhas e fazer nascer um projeto que parte de um gosto forte, de uma ambição e da decisão firme de concretizar uma outra forma de estar e, sobretudo, de viver. Até já!

 

 

 

Autoria e outros dados (tags, etc)

bolo.jpg

Não há lugar a dúvidas. Este é o melhor bolo de laranja que eu, família e amigos, conhecemos.

Seja pela intensidade do sabor, seja pela facilidade de confeção, esta é a mais recente descoberta lá de casa, saboreada como sobremesa de jantar ou como ceia quente de saborosa (mesmo aos dias de semana, porque as noites frias pedem comida de conforto). Não há como enganar:

350 grs de açúcar (pode reduzir a quantidade se apreciar bolos menos doces)

1 laranja (sem retirar a casca, corte os pólos e divida a laranja em quartos, para que seja mais fácil triturar)

180 ml de óleo alimentar

4 ovos

250 grs de farinha para bolos

1 colher de sopa (rasa) de fermento

 

Reúna todos os ingredientes, bata no liquidificador (eu faço na Bimby), prepare a forma (untada e polvilhada com farinha) e verta a massa.

Depois,  resta-lhe esperar cerca de 45 minutos, o tempo aproximado que o forno leva a finalizar esta delícia.

Autoria e outros dados (tags, etc)

panqueca.jpg

 

Entre as muitas riquezas da amizade está o que aprendemos com a troca de experiências, vivências partilhadas ou histórias de dois, três (ou muitos) minutos de conversa.

 

Uma das últimas partilhas da minha amiga H deu-se precisamente entre reuniões de trabalho e marcou o dia com a receita de panqueca que me arrebatou e tem feito as delicias dos meus começos de dia.

Tudo muito simples, rápido e com a grande vantagem de poder ser semi-preparado de véspera.

 

Uma banana, dois ovos, duas colheres de farinha de aveia e outras duas de farinha de quinoa (ou de amêndoa), canela e uma colher de chá de fermento, são tudo o que é necessário. Ligados os ingredientes, basta fazer uso de uma frigideira antiaderente e cozinhar a massa alta e fofa.

 

Cozinhada e arrefecida, corte a panqueca em quartos e coloque no frigorifico garantindo quatro pequenos-almoços.

 

Pela manhã, aqueço ligeiramente o 1/4 de panqueca, polvilho com canela, coloco iogurte grego (dia sim, dia não), banana, framboesas, mirtilos (ou outros frutos) e termino com um pouco de mel. O resultado é uma pequena maravilha de sabor reconfortante.

 

Terminado o deleite - que acompanho com um chá quente - é tempo de acordar a pequenada e começar a agitação. Afinal, temos escola, trabalho e muito que fazer, viver e aprender ao longo do dia.

À minha amiga H, envio um abraço apertado e muito agradecido.

Autoria e outros dados (tags, etc)

- TAGS -:




Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.